És mistério inevitável tal como o choro e a respiração.
Alimentei-me de teu seio e me refugiei em teus braços enquanto sentia passar o tempo.
Cresci junto com o momento de canto, de encanto e de sensação.
Ao teu encontro ia sempre, descobrindo em minha mente um gesto novo que pudesse expressar minha vontade de seguir.
Falei palavras que não eram palavras. Disse coisas que nada diziam.
Aprendi a dizer e a não dizer... Aprendi a me calar.
Descobri que as palavras significam, mas pouco expressam.
Descobri que elas vão, mas voltam acompanhadas. Vezes por dor, vezes por julgamento, vezes por medo. Elas voltam.
Continuei ao teu encontro rindo e chorando mesmo não querendo continuar.
Vi-te muitas vezes bela, outras tantas, não quis te olhar.
Tentei trazer de ti o fôlego suave e a alegria, mas era tu que levaras mais um pedaço de mim.
O que fazer?
Desistir de ti é não saber, permanecer contigo é te buscar, estar contigo é ser.
Não sei quem sou, porque não sei quem tu és.
Só sei que és misteriosa inevitável.
Cheguei pra te conhecer e não te apresentaste por inteiro.
Não sei se tenho a ti ou se tens a mim.
Sei que seguiremos juntos até tu te tornares sempre pra sempre.
Enquanto não te vejo por inteira, te verei hoje. Pequena como hoje, porém, grande como o amanha.
Vejo-te crescer, ou me vejo diminuir, mas enquanto não sei teu nome, te chamarei assim...Vida!Por César Marins
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